Personagem D - Não sei o que te diga...
Personagem E - Não digas nada. Não te preocupes
D - Enfim... É um pouco egoista, mas ainda assim fico-me a sentir um bocado melhor com o facto de o desenvolvimento ter sido esse.
E - Porquê?
D - Porque sinto que assim talvez não tenha estragado nada. Parece que já estava tudo tão danificado entre vocês.
E - Pois, acho que podes ficar descansado quanto a isso. Não foste realmente decisivo nessa situação.
D - Sim...
E - És apenas um marinheiro! Um marinheiro dócil e atraente.
D - Ahah! Sim, empenho-me nisso... Tu já és dócil e atraente, talvez te devesses tornar marinheira também.
E - Sim. Acho que dava uma boa marinheira. O litoral, as ondas, a brisa... Sempre senti uma ligação. Embora nem viva perto do mar.
D - Eu também não. Não precisas
E - Eu sei...
D - Só tens que te desprender do mundo e és uma marinheira... Dócil e atraente.
E - Eh... Podia viver assim.
D - Não podia viver de outra forma.
E - Acho que nasceste para viver assim. E acredita que quase ninguém o aguenta.
D - Eu sei. É o conforto...
E - O conforto? Tu não queres conforto!
D - É o conforto que prende a mente das pessoas. Mas o conforto será para sempre uma espiral descendente. O desconhecido é muito mais duro por vezes, mas nunca será uma espiral descendente.
E - Tens razão..
D - Mas eu costumava também procurar o conforto, tal como todos. Se eu me mudei acho que qualquer um o pode fazer.
A verdade é que há sempre imensa coisa inesperada a acontecer. É uma vida constante cheia de filmes e de situações.
E - E eu que não percebia porque insistiamos tanto em adensar todo este filme.
D - Com filmes tem tudo mais piada... Acho que a nossa mente é fodida a esse ponto sim.
E - Sabes que um dia isso te vai saír caro.
D - Ai sim? Muito obrigadinho então! Simpatia...
E - Sim. Penso que neste preciso momento algo de complicado e inseguro pode estar a ser congeminado sobre o teu destino. Tudo devido a essa forma solta com que vives as pessoas e o mundo no geral.
Vocês, marinheiros, vivem uma vida diferente. Sempre com os olhos postos no horizonte. Na incessante busca de um recorte de terra onde o mar se confunde com o céu. Tão focados nisso que quando ele realmente aparece é quase sentido como uma desilusão.
D - Deixas-me às escuras...
E - É mesmo assim que eu gosto!
D - Ahah... Eu é que sou o marinheiro. Eu é que deixo as miudas loucas e confusas.
E - Sim, não fosse eu a rapariga flôr de macieira.
D - Sou imune a esse tipo de flores... E às outras todas também.
E - Fico feliz em saber isso. No entanto, talvez estejas demasiado confiante. Ainda aparece por aí uma espécie rara, daquelas que se dão bem no mar.
D - Já apareceu... E já foi levada com a corrente.
Acho que sou livre.
Mas sim, posso-me tramar. Tento lutar bastante contra isso. Para que o meu oceano nunca tenha fim.
E - Oh, lutar e proteger o que é nosso é sempre um caminho.
D - Sabes que a maior parte das pessoas não o diria. Pelo menos não nesta circunstância.
E - Sei-o bem.
A & R
coisas que fascinam (216)
Há 5 anos
apples are green. green is such a lazy color. colors are boring. boring isn't about what we are. what we are only we know. we know something about the sea. sea is a big trouble for sailors. sailors like cherries at the sunrise.
ResponderEliminarcbg.
cherry